21/02/21 - Uma foto vinda do céu
- Elessandra Ferreira
- 5 de mar. de 2021
- 2 min de leitura

Hoje eu despertei com um intenso desejo de viver um dia diferente deste que a vida tem me proposto. Entretanto, tenho consciência de ser um desejo ainda inatingível.
Desejei muito ver uma foto atual do meu filho. Quando a morte nos separou, ele tinha apenas treze anos. Hoje estaria completando vinte e quatro anos. Eu nem pediria para vê-lo pessoalmente, mas, me satisfaria muito vê-lo e reconhecê-lo numa imagem, uma foto que fosse atual, que pudesse me retratar como ele estaria e como estaria sua aparência.
Em minha memória, tenho cada detalhe dele. Mas, só consigo ter de forma fiel, a imagem com a qual o conheci, convivi e tanto o amei. A partir do momento em que a morte cortou nossa união aqui, não pude mais saber como ele está.
Já li frases de pessoas desejosas de que houvesse “visitas ao céu”. Talvez uma foto que pudesse nos ser enviada, de forma que pudéssemos ver como estão aqueles que tanto nos fazem falta, nos fizesse sentir tão bem e tão mais leves.
Como isso poderia ocorrer? Não faço a menor ideia! Isso só me mostra o quão misteriosa é a morte. Morte é desamparo, abandono. As várias religiões existentes, têm várias explicações para o que ocorreria após a nossa morte. Para James, a verdade é questão de fé e isso é foro íntimo. Religião é dogma, ciência é dúvida. De acordo com Einstein, a sociedade humana sem religião é manca e, sem ciência, é cega.
Por mais que a ciência avance, ela não conseguirá nos proporcionar nada que nos ampare ou console, de forma profunda, em relação à morte.
E a religião? A religião nos oferece a possibilidade da fé, da crença em algo que possa acontecer.
Algo concreto, palpável, ainda não podemos ter. Seguirei caminhando desejosa, na ausência tão presente do meu Eugênio!



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